quinta-feira, 15 de março de 2012

Tempos dificeis

Apesar de todas as dificuldades e necessidades da Princesa e após quase um ano em que fui mãe a tempo inteiro, em breve terei que voltar ao trabalho. Por necessidade. Muitas famílias ultrapassam graves dificuldades e aqui por casa não somos uma excepção. Chegamos a uma situação ingrata em que queremos dar mais apoio à Maria mas não temos capacidade para isso. E as contas têm que se pagar.

A Maria tem capacidades para estar na creche grande parte do tempo mas as terapias diárias obrigam a que necessite de acompanhamento e, não só mas também, foi por isso que optei por ficar em casa durante estes meses. Não tendo ninguém por perto a quem recorrer, o problema mantém-se mas decidi procurar trabalho com horário compatível com esse acompanhamento. Talvez um part-time. Vou sair portanto do pequeno grupo de mães que deixou de trabalhar para estar com os filhos e entrar no muitíssimo extenso de pessoas à procura de emprego. Não vêm ai tempos nada fáceis mas tenho esperança de que o problema se irá resolver. 

Hoje fui ao meu antigo emprego. Custou-me muitíssimo. Mais até do que esperava. Havia algumas situações a esclarecer e sobretudo um adeus para dizer. Apesar de todos os pormenores menos bons da hotelaria entre os quais os horários e as folgas, gosto de trabalhar na área e dizer adeus foi particularmente doloroso. Mais ainda quando há outro emprego para encontrar e estes são espécies em vias de extinção. Para trás deixo pessoas que me ajudaram e a quem  sinto que acabei por desiludir por ter ficado tanto tempo sem  trabalhar. Fiz o que a maior parte das mães no meu lugar faria. Se pudesse continuava a apoiar a 100% a Princesa mas infelizmente há médicos que não têm filhos e por isso mesmo pouca sensibilidade para adaptar as leis a cada situação em particular. O que há a fazer? Continuar a lutar para resolver as adversidades do dia a dia, para ultrapassar as barreiras que nos põem à frente.