segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Mas que revolta!

É este o país que temos!

A Maria tem 14 meses, microcefalia e paralisia cerebral. Apesar dos muitos progressos, as dificuldadades motoras são evidentes e as cognitivas ainda não perceptiveis na maior parte das situações. Como mãe diria que a Maria é uma menina que ainda não anda, que tem muita dificuldade em utilizar a metade esquerda do seu corpinho franzino mas que percebe muito bem aquilo que lhe dizemos e que até já diz algumas palavras.

Até ao dia de hoje as terapias semanais e todo o trabalho que tem sido feito em casa foram as únicas possibilidades que encontrei para "tratar" as dificuldades da Maria causadas pela paralisia. 2 horas semanais de fisioterapia no CHCB, 2 horas semanais de T.Ocupacional também no CHCB e uma hora de cada umas das terapias referidas na APCC. Além disso, fazemos natação aos sábados ( que não é adaptada as necessidades da Maria mas foi a alternativa que encontrei depois o CHCB ter terminado a hidroterapia "porque vem aí o Inverno") - como se os meninos com necessidades especiais deixassem de as ter NO INVERNO . Temos também o apoio do Ensino Especial  2 vezes por semana.  Para as dificuldades que Princesa gostava de poder recorrer a outras técnicas e especialidades mas tal não se proporcionou apesar da minha intensa procura.

Qual não é o meu espanto quando hoje fui informada que " a Maria vai deixar de vir às 2ªas feiras ( 1 h de Fisioterapia + 1 h de T.Ocupacional)". O QUÊ???? Respondi imediatamente que não concordava porque a Maria tem respondido bem a este conjunto de trabalhos e não vejo razão alguma para parar. Foi-me dito que é porque também vai fazer tratamentos à APCC e que por isso tem que se "cortar" no CHCB. O QUÊ? Se a Maria vai a Coimbra todas as semanas é só porque eu acho que é melhor, eu tratei de tudo e é portanto a titulo individual. Muitos € gastos em deslocações. As idas à APCC são um complemento essencial as terapias das 2ªas e 5ªas no CHCB. Não servem de desculpa para deixar outras terapias.

A segunda desculpa foi: "há outras pessoas que também temos que colocar nos horários!" Mas será que isso é um problema meu???? Sobretudo quando sei que há vagas nos horários!

E é muito simples. Estas coisas acontecem porque as equipas dos diversos locais não trabalham em equipa. Se no CHCB não existem terapeutas especializados em Paralisia Cerebral porque é que quem recorre aos centros especializados fica " mal visto". Não é suposto haver sintonia e trabalho conjunto?? Será que por procurar alternativas para ajudar a Maria, por procurar outros profissionais não valorizo o trabalho dos que já a tratam. Não tem nada a ver!

Pois bem ... com isto tudo a Maria deixou de ter 2 horas de terapia semanais. Mas eu não me conformo e vou resolver a situação. Vivemos numa região onde não temos outras opções. Se no tiram o pouco que há não sei onde isto irá parar!

E para finalizar aqui fica um pensamento meu: quando um profissional de saúde, seja de que área for, não acredita na recuperação do seu doente certamente  não trabalhará com a mesma dedicação. E casos destes é o que mais há por esses hospitais! Só que as pessoas não falam!