sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Quem é a Maria

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- 23 Fevereiro 2011

Maria é uma bebé linda. Quando digo linda não é só no sentido mais óbvio dessa palavra, até porque todas as mães acham os seus pequenos heróis lindos. A Maria é uma força da natureza, alegre e muito simpática. Infelizmente Deus, ou outra coisa que queiram chamar ao dono do Mundo, não foi bondoso para com ela. A Maria nasceu com uma malformação genética caracterizada por um tamanho anormal do cérebro e por isso o dela é mais pequenino que os dos outros bebés com a mesma idade. Chama-se Microcefalia Vera. Pouca gente sabe o que é e mesmo os médicos não têm muitas respostas para tantas perguntas que não me saem da cabeça.

Na ecografia das 32 semanas a médica disse que a bebé tinha a cabeça um pouco abaixo da média e disse que se tratava de Restrição de crescimento intrauterino. Pediu-me para repetir a eco dai a quatro semanas e continuava a dar a mesma coisa. O meu obstetra disse para não me preocupar porque há pessoas com a cabeça mais pequena e que logo que nascesse ia recuperar. Sempre com receio mas o tempo foi passando ate a Maria nascer as 38 semanas. No dia em que nasceu a pediatra disse que tinha que fazer uma ecografia à cabeça da Maria por causa de ser pequena mas não falou em doença nenhuma. So quando vi o relatorio dessa eco é que o meu mundo desabou: microcefalia. Eu nunca tinha ouvido falar disso. Cheguei a casa e fiz uma pesquisa na internet. Fiquei horrorizada com o que li. Consultei outros medicos, pediatras e neurologistas na busca de alguma coisa melhor mas foi em vão. Desde esses dias a Maria fez uma nova eco e o diagnostico melhorou pois algumas coisas detetadas quando nasceu haviam desaparecido. Neste momento a Maria está bem, não tem sintomas, apenas a cabeçinha mais pequenina, os medicos dizem que esta a desenvolver muito bem.

A incidência é de 1 em cada 50000 nascimentos. A pergunta era inevitável: porquê a Maria?
Depois de meses de pesquisa, muitas lágrimas e desilusões, percebi que não há muita informação sobre esta doença e a que há nem sempre corresponde á realidade europeia. Procuro ajudar outras pessoas, e a mim própria, através da partilha de palavras, imagens e emoções... não só as más mas também as boas.